Delegação angolana esteve presente no Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) da Faculdade de Medicina da UFMG nesta quinta-feira, 13 de abril. A visita técnica visou a política brasileira de atenção integral às pessoas com doença falciforme.
Na ocasião, foram apresentados os equipamentos e métodos utilizados nos laboratórios de Triagem Neonatal, Genética e Biologia Molecular e no Setor de Monitoramento do Cuidado e Treinamento.
“Minas Gerais tem muitos municípios, com uma população de 25 milhões e tem um sistema que funciona muito bem. Tem um laboratório de excelência. Com essa experiência estamos muito encantados e será muito útil para implementação da triagem neonatal e acompanhamento das pessoas com doença falciforme em Angola”, afirma Francisco Domingos, diretor do Instituto de Hematologia de Angola.
Além do apoio à política de triagem neonatal, a cooperação tem a intenção de compartilhar métodos de campanhas de mobilização social relacionadas a doação voluntária de sangue. Ampliado o diagnóstico da doença falciforme, a demanda por doação de sangue será maior, já que a transfusão é uma parte importante do tratamento.
Ao falar sobre a escolha do Nupad como foco de visita de estudos da cooperação, Tiago Novais, assessor técnico da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH), do Ministério da Saúde, elogiou a gestão do Núcleo. “O Ministério da Saúde entende que a parceria da universidade e a gestão do Nupad quanto à triagem neonatal faz desse serviço referência para o Brasil. E associado a toda tecnologia de diagnóstico, registro e monitoramento a gente tem uma excelência que não é vista em outros lugares do país”, apontou.
Também estiveram presentes na delegação Eunice Cassinda Pereira Manico, diretora técnica do Instituto Nacional de Sangue; Miguel Viriato Jordão Miranda, do Gabinete de Intercâmbio do Ministério da Saúde de Angola; e Suzana da Conceição Simões Trindade, da Direção Nacional de Saúde Pública do Ministério da Saúde de Angola.
Doença falciforme
A doença falciforme é uma alteração genética que faz com que o corpo produza um tipo alterado de hemoglobina, fazendo com que o transporte de oxigênio não aconteça de forma satisfatória pelo corpo. Em determinadas condições, as hemácias também passam a ter o formato de meia lua ou foice (daí o nome falciforme).
Elas tendem a se ligar aos vasos sanguíneos e também a outras hemácias e serem destruídas mais facilmente, o que ocasiona anemia e dificulta a circulação no sangue. É comum que ocorra entupimento dos vasos sanguíneos, o que leva a dores e a outras alterações em praticamente todos os órgãos do corpo.