Toxoplasmose

Cidadão

Introdução

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasito Toxoplasma gondii. Ele não é visível a olho nu e não é transmitido pelo contato interpessoal.

O ser humano adquire a toxoplasmose principalmente por via oral, quando ingere carnes cruas ou mal cozidas de animais infectados (cistos do parasito podem estar presentes nas carnes consumidas) ou água, verduras, legumes e frutas crus e contaminados com oocistos eliminados nas fezes dos gatos domésticos ou selvagens, que contaminam o ambiente.

Atenção! A contaminação da água e alimentos não é perceptível, portanto, para evitar a infecção, necessitamos manter bons hábitos de higiene pessoal e alimentar.

Toxoplasmose Congênita

Quando uma gestante entra em contato pela primeira vez com o T. gondii e adquire a infecção, é possível que o parasito se multiplique na placenta e infecte também o feto. Essa infecção da mãe e, em seguida, do seu filho, ainda intraútero, é denominada transmissão vertical e a criança infectada apresentará toxoplasmose congênita. Neste caso, o desenvolvimento fetal pode ser comprometido e a criança pode nascer com manifestações variáveis dependendo da época em que ocorreu a infecção durante a gestação.

fatoresrisco

Ao nascimento, as manifestações podem ser imperceptíveis ou a criança pode apresentar comprometimento variável, até graves lesões visuais, auditivas e neurológicas. Mas, mesmo as crianças que nascem sem sinais ou sintomas evidentes apresentam risco de manifestar as complicações da infecção, principalmente as visuais, ao longo do crescimento, e esse risco é maior para aquelas que não recebem medicação para tratamento da parasitose no primeiro ano de vida.

ciclodoenca

A prevalência da toxoplasmose nos humanos varia amplamente no mundo de acordo com os hábitos das pessoas e as condições climáticas da região. A distribuição do parasita no ambiente está associada à população de felinos (domésticos e selvagens) e é favorecida pelo clima quente e úmido.

Prevenção

Os cuidados para evitar a toxoplasmose reforçam os hábitos de boa higiene e a ingestão de água tratada:

  • Comer carne bem cozida;
  • Comer frutas e verduras bem lavadas;
  • Beber água tratada ou fervida;
  • Beber leite fervido ou pasteurizado;
  • Lavar as mãos após mexer com terra, areia ou carne cruas (preferencialmente utilize luvas para essas atividades);
  • Proteger os alimentos de moscas e baratas;
  • Evitar limpar fezes de gatos sem as luvas.

Profissional de Saúde

Introdução

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasito Toxoplasma gondii. Apresenta elevada prevalência em países tropicais e, no Brasil, predominam cepas mais patogênicas do parasito, sendo esse um dos fatores que explicam a grande frequência de comprometimento ocular pela parasitose vista no país.

O ser humano adquire a toxoplasmose principalmente por via oral, quando ingere carnes cruas ou mal cozidas de animais infectados (cistos do parasito podem estar presentes nas carnes consumidas) ou água, verduras, legumes e frutas crus e contaminados com oocistos eliminados nas fezes dos gatos domésticos ou selvagens, que contaminam o ambiente. A toxoplasmose não é transmitida pelo contato interpessoal, exceto na transmissão vertical, da mãe para o filho.

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Toxoplasmose Congênita

Quando uma gestante entra em contato pela primeira vez com o T. gondii e adquire a infecção, é possível que o parasito se multiplique na placenta e infecte também o feto.

O risco de infecção fetal é variável na dependência da idade gestacional em que a mãe foi infectada. Esse risco é baixo se a gestante é infectada no início da gravidez, mas pode chegar a taxas superiores a 80% nas últimas semanas de gestação. O contrário se observa em relação ao comprometimento do feto. Infecção fetal no primeiro trimestre de gestação pode evoluir com perda fetal ou comprometimento muito grave da criança. Infecções no final da gestação geralmente resultam no nascimento de criança aparentemente assintomática (essas crianças com frequência apresentam comprometimento da retina perceptível apenas no exame do fundo do olho). O comprometimento neurológico é mais frequente nas crianças infectadas no primeiro ou segundo trimestres da gestação.

Diagnóstico e manifestações clínicas

Geralmente a toxoplasmose adquirida pela gestante é assintomática e a avaliação do risco fetal só é possível se houver a realização de testes sorológicos sistemáticos para diagnosticar a infecção. A presença de IgM, IgG e baixa avidez de IgG é fortemente sugestivo de toxoplasmose aguda na gestação.

Quando é realizado o diagnóstico da toxoplasmose aguda na gestação, há necessidade de investigar a infecção do feto, isso porque a medicação habitualmente utilizada para tratamento da gestante (espiramicina) não é adequada para tratamento do feto, caso ele tenha sido infectado. Para diagnóstico da infecção fetal, utiliza-se um método sensível e específico para busca do DNA do parasito no líquido amniótico (PCR). A confirmação da infecção fetal indica a substituição da espiramicina pela associação sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico.

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Ao nascimento, as manifestações podem ser imperceptíveis ou a criança pode apresentar comprometimento variável, até graves lesões visuais, auditivas e neurológicas. Mas, mesmo as crianças que nascem sem sinais ou sintomas evidentes apresentam risco de manifestar as complicações da infecção, principalmente oftalmológicas, ao longo do crescimento, e esse risco é maior para aquelas que não recebem medicação para tratamento da parasitose no primeiro ano de vida.

Em regiões com elevada prevalência da infecção, como no Brasil, a maioria dos especialistas recomendam a triagem pré-natal como a melhor maneira de evitar a infecção fetal ou reduzir danos no feto infectado.

Prevenção

Os cuidados para evitar a toxoplasmose reforçam os hábitos de boa higiene e a ingestão de água tratada:

  • Comer carne bem cozida;
  • Comer frutas e verduras bem lavadas;
  • Beber água tratada ou fervida;
  • Beber leite fervido ou pasteurizado;
  • Lavar as mãos após mexer com terra, areia ou carne cruas (preferencialmente utilize luvas para essas atividades);
  • Proteger os alimentos de moscas e baratas;
  • Evitar limpar fezes de gatos sem as luvas.
Dúvidas

Caso ocorram dúvidas, o Setor de Monitoramento do Cuidado do Nupad (SMC) está à disposição dos profissionais para esclarecimentos e apoio durante o tratamento da gestante e da criança infectada.

Contatos:

Telefones: 0800-722-6500 (telefone fixo) – (31) 3409-8900

E-mail: sct@nupad.medicina.ufmg.br

Geral

Programa de Controle da Toxoplasmose Congênita (finalizado em 2017)

O Programa de Controle da Toxoplasmose Congênita de Minas Gerais (PCTC-MG) esteve sob a gestão da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Iniciado em 2013, o Programa foi viabilizado tecnicamente pelo Nupad. Por esta iniciativa, o Estado garantiu a todas as gestantes o direito de realizar gratuitamente os testes necessários para o diagnóstico precoce da toxoplasmose, assim como o tratamento dos casos identificados. Esse programa fio finalizado em 2017 e, em janeiro de 2022, iniciou-se a triagem nos recém-nascidos do Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais, também sob gestão da SES-MG.

Saiba mais.

Dúvidas Comuns

1 – Como se adquire a toxoplasmose?

A forma mais comum de adquirir a toxoplasmose é pela via oral, através da ingestão de água e alimentos ingeridos crus ou mal cozidos e contaminados com o parasito Toxoplasma gondii. Outra forma comum é quando a mulher se infecta durante a gestação e o parasito infecta também seu filho ainda em desenvolvimento (transmissão vertical). Outras formas de transmissão (transfusão de sangue, transplante de órgãos) são raras.

2 – Qual a diferença entre toxoplasmose adquirida e toxoplasmose congênita?

A infecção adquirida após o nascimento, a partir do comportamento e hábitos de vida do indivíduo, é denominada toxoplasmose adquirida; a infecção adquirida intraútero, a partir da infecção materna, denomina-se toxoplasmose congênita.

3 – A toxoplasmose tem cura?

A infecção pelo Toxoplasma gondii em indivíduos previamente saudáveis geralmente apresenta resolução espontânea e muitas vezes não é identificada exceto se for realizado exame com esse fim. Mas, mesmo sem sinais/sintomas, o toxoplasma permanece latente no organismo do indivíduo por muitos anos e talvez por toda a sua vida, por isso não podemos falar em cura.

4 – A toxoplasmose sempre deve ser tratada?

Não. A toxoplasmose adquirida por indivíduos previamente saudáveis geralmente se resolve espontaneamente. O tratamento está indicado nos casos de toxoplasmose durante a gestação, toxoplasmose congênita e quando a infecção ocorre em indivíduos com resposta imunológica insuficiente (portadores de SIDA, determinados tipos de câncer) para controlar a infecção.

5 – Qual o tratamento para a toxoplasmose?

O tratamento é eficaz na fase aguda da doença e é realizado com drogas antiparasitárias e, às vezes, com anti-inflamatórios potentes. Importante ressaltar que o tratamento da toxoplasmose congênita em crianças com idade inferior a um ano é prolongado, geralmente durante todo o primeiro ano de vida da criança.