Nupad oferece novos exames para detecção de HPV

*Atualizada em 21 de janeiro.

Já estão disponíveis no Nupad os novos exames para detecção do Papilomavírus Humano (HPV), principal causador do câncer de colo do útero ou câncer cervical, o segundo mais comum entre as mulheres. Realizados pelo Laboratório de Genética e Biologia Molecular do Núcleo (LGBM), os exames, mais modernos e sensíveis que o Papanicolau convencional, permitem identificar o HPV de alto risco em amostras ginecológicas e dermatológicas, além detectar outros tipos de lesões.

Vírus HPV (Ilustração -Design/TI Nupad).

Como explica a coordenadora do LGBM, Dora Méndez, os novos exames compreendem a combinação de duas metodologias para o diagnóstico precoce e prevenção do câncer cervical, os denominados PCR em tempo real e a citologia cervical em meio líquido. “O primeiro detecta 14 tipos de HPV de alto risco e faz a tipagem dos vírus 16 e 18, responsáveis pela maior parte dos casos de câncer, e a citologia em base líquida, que oferece uma melhor qualidade de preparação das lâminas, permite o diagnóstico das lesões”, informa Dora.

Segundo a coordenadora, a análise conjunta do HPV e citologia, denominado sistema coteste, é que permite detectar a existência de infecção pelo vírus e o seguimento necessário para que a mulher não desenvolva o câncer, assim como identificar a presença de lesões, sejam elas cancerígenas ou não.

Caso uma mulher tenha o coteste negativo – segundo esta metodologia – ela só precisará realizar o exame preventivo a cada cinco anos. Este é o padrão utilizado nos Estados Unidos e em outros países.

Coleta e envio de amostras

Para realização dos exames é necessário que as amostras sejam colhidas em kit específico fornecido pelo Nupad (Clear Prep). O material, aprovado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA), contém escova para coleta cervical e frasco coletor de amostra. A coleta, feita de forma muito semelhante ao Papanicolau convencional, pode ser realizada no centro de coleta do Nupad, caso seja conveniente para o médico ou para a paciente.

Após colhidas, as amostras devem ser enviadas diretamente para o LGBM, na Faculdade de Medicina da UFMG, onde serão analisadas. “No caso da citologia líquida, a análise é realizada pelo Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal da Faculdade”, pontua Dora. A lâmina para análise das células é preparada no laboratório, e não pelo profissional responsável pela coleta, o que garante uma qualidade superior de análise citológica.

A coordenadora do LGBM destaca também que o laboratório está preparado para detecção de diferentes exames a partir da mesma amostra coletada para o HPV. “É possível a detecção de outras doenças sexualmente transmissíveis, como a Chlamydia trachomati e Neisseria gonorrhoeae, e o sequenciamento para tipagem de outros tipos de HPV de alto risco que não o 16 e 18”, acrescenta.

Para informação sobre valores, solicitação de kits, entrega de amostras e agendamento de coleta, entrar em contato com o Nupad pelos telefones: (31) 3409-9704 e (31) 3409-8951.

Histórico

Técnicas do LGBM são treinadas por Donald Williams (Julho/2015). Foto: Rafaella Arruda.
Técnicas do LGBM são treinadas por Donald Williams (Julho/2015). Foto: Rafaella Arruda.

Para implantação dos novos exames, no segundo semestre de 2015 a equipe do LGBM passou por capacitação coordenada pelo professor e médico norte americano Donald Williams, especialista em citologia de colo do útero. Simultaneamente ao treinamento, foi realizado também, na Faculdade de Medicina da UFMG, um workshop para discussão das novas metodologias com a presença de especialistas das áreas de ginecologia, citopatologia e biologia molecular. “A preparação compreendeu ainda um projeto piloto com a análise de 133 amostras para HPV de alto risco e citologia líquida”, cita Dora Méndez.

Como informa o professor adjunto do APM e coordenador do Serviço de Citopatologia do Hospital das Clínicas da UFMG (HC), Marcelo Pascoal, a expectativa é que o Nupad possa inscrever na Faculdade um projeto de extensão para realização dos exames. “E depois caminhar, a médio prazo, para um projeto de pesquisa científica de prevenção e diagnóstico do câncer cervical”, conclui.