Capacitações em fibrose cística para todo o Brasil

Parte de uma capacitação contínua realizada até o fim de 2014, a equipe do Nupad recebe médicos e técnicos de diferentes estados do Brasil para capacitação em teste do suor e treinamento ambulatorial de pacientes com fibrose cística. Na primeira semana de julho, foi a vez dos profissionais de Roraima, que está na fase I do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), e realiza, atualmente, a triagem para fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito. A inclusão do diagnóstico para fibrose cística acontece na fase 3 do PNTN. Até o fim do mês, estão previstos treinamentos para as equipes de Sergipe, Tocantins e Acre.

foto_08As capacitações in loco para fibrose cística são promovidas pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Nupad. O objetivo é propiciar treinamento prático em teste do suor e em ambulatório (atendimento dos pacientes detectados com fibrose cística pela triagem neonatal) visando à expansão no país da triagem neonatal para pessoas nascidas com esta condição, segundo meta do Projeto de Apoio Técnico às Ações de Reformulação do PNTN.

Como informa Carlos Alberto, farmacêutico e bioquímico do Hospital da Criança Santo Antônio, em Boa Vista, os exames para fibrose cística no estado devem ainda ser encaminhados para fora. Ele acredita que os conhecimentos adquiridos na capacitação ajudarão no processo de implantação deste procedimento em Roraima.

São dois tipos de treinamento que ocorrem simultaneamente: treinamento prático de Dosagens de Cloreto no Suor (Teste do Suor) e treinamento prático em Ambulatório (Atendimento de Pacientes detectados com Fibrose Cística pela Triagem Neonatal).

“O que mais chama a atenção é a aparelhagem de ponta utilizada na coleta e análise do suor. Se possível, ficaríamos por duas semanas, para aprendermos mais. Mas a intenção é que depois daqui continuemos mantendo contato com o Nupad, no caso de surgirem dúvidas”, destaca Carlos.

Teoria e prática

Ângela Eliane, agente em apoio diagnóstico do Nupad e responsável pela capacitação do teste do suor no setor de coleta, explica que a capacitação é importante, pois muitos profissionais desconhecem o procedimento e aparelhos. “Eles acham simples quando nos veem realizando os testes na prática. É muito válida a oportunidade de ensinar”, opina.

“Alguns médicos e profissionais só tiveram contato teórico com a fibrose cística”, explica Alberto Vergara, médico responsável pelo treinamento ambulatorial no Hospital Infantil João Paulo II. Além da introdução teórica, que aborda os tópicos mais importantes na assistência ao paciente com fibrose cística, os profissionais também participam de discussão de casos clínicos e realizam atendimento ambulatorial, sob supervisão da equipe do hospital.

“Nosso objetivo é um treinamento em serviço. Permitir ao profissional ter contato verdadeiro com o atendimento”, conta Alberto. “Cada estado tem a sua realidade. É importante que as pessoas tenham a oportunidade de ver um modelo que funciona e poder levar para a sua realidade o que é aplicável por lá”, esclarece.