Cooperação com África na área de saúde em debate

Como parte da programação do lançamento do Centro de Estudos Africanos, que ocorreu nesta segunda-feira, 26, na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG (Face), os professores Francisco Rubió e José Nélio Januário, da Faculdade de Medicina, abordaram, em mesa-redonda, as parcerias entre Brasil e África na área de saúde.

Rubió destacou o projeto “Pró-Angola”, que estabelece iniciativas para estruturação do atendimento em saúde e formação de profissionais da área médica. “O Pró-Angola é um projeto do governo federal que conta com a participação de diversas universidades, entre elas, a UFMG. Aqui ele surgiu como um projeto de extensão da Faculdade de Medicina e nossa primeira missão de visita ao país africano ocorreu em 2006”, conta Francisco Rubió.

O Pró-Angola realiza atividades de cooperação entre os dois países. Além dos treinamentos com os médicos e do intercâmbio, o projeto busca desenvolver novos modos de tratar doenças que atingem o país africano, como a malária. Entre as ações na pauta do Pró-Angola estão o efetivo controle da malária urbana, a implantação do mestrado interinstitucional e a expansão do Telessaúde Brasil-Angola, projeto assinado há três anos pela UFMG em parceria com a Direção de Serviços de Saúde do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas.

A parceria entre Brasil e África para o tratamento da doença falciforme foi apresentada pelo professor José Nélio Januário. No continente africano, a doença atinge uma em cada 50 crianças nascidas. “A maioria morre antes dos cinco anos de idade. O Brasil tem um programa muito bem-sucedido de tratamento da doença e nossos conhecimentos podem ajudar os africanos a lidar com ela”, afirma Nélio, coordenador do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad).

Iniciada em 2006, a cooperação alcança Senegal, Benin, Gana e Angola. Delegações brasileiras visitam esses países para ajudar na implantação de medidas de controle da doença, enquanto especialistas e médicos africanos vêm ao Brasil para fazer treinamentos nos laboratórios da UFMG.

“A doença falciforme não tem cura, mas pode ser facilmente controlada. Como o diagnóstico precoce é extremamente importante, uma medida é ajudar os africanos a ampliarem os testes de triagem no período neonatal. Se os recém-nascidos forem rapidamente diagnosticados – o que no Brasil ocorre com o teste do pezinho – a mortalidade da doença vai diminuir”, garante o professor.

(com Centro de Comunicação da UFMG – Cedecom)