Doenças crônicas no foco do Ministério da Saúde

O enfrentamento de doenças crônicas no Brasil foi o tema que marcou o início das atividades do segundo dia da Jornada Mineira de Atenção Primária à Saúde nesta sexta-feira, 13, no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte.

A conferência proferida por Danusa Brandão, da Coordenação Geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, contextualizou a realidade brasileira relacionando hábitos e características próprios da modernidade, como inatividade física, alimentação inadequada e sobrepeso, ao favorecimento de doenças crônicas.

Danusa destacou o plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, concebido pelo Ministério do Saúde em 2011, que prevê ações até 2022. “O plano consta de três eixos que norteiam o trabalho: abordagem integral; vigilância, informação, avaliação e tratamento; e promoção saúde”, explicou Danusa.

De acordo com ela, a meta do plano é reduzir a mortalidade por doenças crônicas, focando no cuidado para adesão ao tratamento, apoio ao autocuidado do paciente, incentivo de mudança de hábitos e trabalho em equipe.

Avanços

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde (MS) publicou uma portaria que oficializa a Rede de Atenção à Saúde de Pessoas com Doenças Crônicas. “Essas redes são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde que buscam garantir a integralidade do cuidado”, conceituou a coordenadora técnica.

Hoje, o MS conta com cinco redes de atenção à saúde. Para a atenção às pessoas com doença crônica, Danusa conta que a proposta é uma mudança no modelo de atenção. “A rede será implantada através de linhas de cuidados específicas, que serão o itinerário terapêutico para o cuidado ao paciente. A rede expressa fluxos e define ações e serviços de cada ponto de atenção, com base em diretrizes clinicas”, frisou.

As linhas permitirão a coordenação do cuidado, e todo o trabalho prevê avaliação contínua, educação permanente, prontuário integrado, reuniões, trocas de experiências e apoio institucional. Já em março, foi lançada a linha de cuidados para sobrepeso e obesidade. “Nosso próximo passo é elaborar uma portaria que norteie as diversas linhas de cuidados. Vamos trabalhar as doenças renal crônica, cardiovasculares, respiratórias, epilepsia e doença falciforme”, adiantou Danusa.