Desde 1998, com a realização da triagem neonatal para a doença falciforme, conhecida popularmente como teste do pezinho, tornou-se evidente a alta incidência da doença no estado, com o registro de um caso para cada 1,4 mil nascidos vivos. Com isso, mais pacientes diagnosticados passaram a buscar a rede assistencial nos três níveis de atenção à saúde: atenção primária à saúde (APS), representada pela rede básica e ações de prevenção e assistência; atenção secundária, com os hemocentros, clínicas especializadas, rede de urgência e emergência; e a atenção terciária, que compreende a assistência hospitalar e a alta complexidade.
A pessoa com doença falciforme, assim como aqueles que têm outras enfermidades, tem direito ao atendimento nos três níveis de atenção à saúde. Porém, na maior parte das vezes, ele é percebido como responsabilidade apenas dos hemocentros, o que faz com que os demais níveis desconheçam ou mesmo ignorem a enfermidade. Assim, prioriza-se a atenção secundária em detrimento de uma atenção integrada, vinculada à rede básica de saúde.
Diante dessa realidade, o PAE busca organizar o fluxo de atendimento dos pacientes nas diferentes especialidades da atenção secundária, assim como trabalhar o vínculo destes com a APS.
A equipe de médicos especialistas do projeto é formada por profissionais do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA-BH), da Fundação Hemominas e do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad). Integram-se também, na área de gestão e assistência do projeto, outros profissionais de saúde como psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais.