Técnicas do Nupad coordenam treinamento em Gana

As técnicas do Nupad, Patrícia e Mariana, com equipe ganesa. Acervo Nupad.
As técnicas do Nupad, Patrícia e Mariana, com equipe ganesa. Acervo Nupad.

Entre os dias 23 de janeiro e 7 de fevereiro, as técnicas do Laboratório de Triagem Neonatal do Nupad (LTN), Patrícia Bergerhoff e Mariana Rocha, estiveram em Gana, na África, para ministrar treinamento sobre o diagnóstico de hemoglobinopatias, com foco na doença falciforme. Foram capacitados 13 funcionários do Laboratório Nacional de Triagem Neonatal de Noguchi, localizado na Universidade de Gana, em Accra (capital), entre biomédicos, biólogos e cientistas de laboratório.

A proposta do treinamento foi auxiliar a equipe na implementação da técnica de eletroforese por focalização isoelétrica (IEF) com a interpretação de resultados, usada no diagnóstico das hemoglobinopatias. “O Nupad é pioneiro nesta técnica no Brasil e temos condições para treinar novos profissionais a se tornarem especialistas em eletroforese”, explica a supervisora técnica de hemoglobinopatias do LTN, Patrícia Bergerhoff.

O treinamento contou com uma parte teórica e prática e foi coordenado, em grupos, pelas duas colaboradoras do Nupad. A principal intenção, segundo a técnica do LTN, Mariana Rocha, foi tornar a equipe capaz de executar, sozinha, a eletroforese: “Realizamos a técnica, depois supervisionamos enquanto eles realizavam. Fizemos ainda o treinamento na interpretação dos resultados”.

Patrícia e equipe durante leitura e interpretação de resultados. Acervo Nupad.
Patrícia e equipe durante leitura e interpretação de resultados. Acervo Nupad.

 

Mariana observa equipe na colocação do gel em aparelho de eletroforese. Acervo Nupad.
Mariana observa equipe na colocação do gel em aparelho de eletroforese. Acervo Nupad.

O convite para a capacitação partiu do Presidente da Fundação de Doença Falciforme de Gana, Ohene-Frempong. O professor, responsável pela seleção da equipe de técnicos ganeses para atuação no Laboratório de Noguchi, é parceiro do Nupad desde 2009, quando outras ações de cooperação internacional, incluindo intercâmbio de profissionais, foram estabelecidas entre Brasil e Gana por meio do Ministério da Saúde.

Dificuldades e aprendizados

Para Mariana, a principal dificuldade durante a capacitação foi a falta de equipamentos, como pipetas, picotadores e ponteiras. Mas o aprendizado por parte da equipe foi uma surpresa muito positiva. “Eles têm o conhecimento teórico sobre hemoglobinas e assimilaram rapidamente com a prática. São muito dedicados, dispostos a aprender e com uma capacidade de entendimento incrível”, destaca a técnica.

Na avaliação de Patrícia, a experiência em Gana foi também uma oportunidade de valorização da capacidade profissional e do continente africano: “Aprendemos que não precisamos ter tudo de melhor, em quesitos materiais, para sermos excelentes profissionais, realizar grandes tarefas e salvar vidas. A África é exemplar em investir nos estudos, mesmo com tantas dificuldades e preconceitos”.

Técnicos exibem os géis realizados. Acervo Nupad.
Técnicos exibem os géis realizados. Acervo Nupad.

Para as representantes do Nupad, a expectativa é que a equipe capacitada desenvolva um trabalho de muita qualidade. “Sabemos que eles têm muito caminho a percorrer, mas, pelo que vimos, eles caminharão com muito brio, seriedade e garra”, conclui Patrícia.