Webconferência apresenta para BH Programa da Toxoplasmose

Apresentação das normas para coleta de amostras. Acervo Nupad.
Apresentação das normas para coleta de amostras. Acervo Nupad.

Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA), o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da UFMG (Nupad) realizou, no dia 19, a primeira etapa da capacitação dos profissionais de saúde de BH para o Programa de Controle da Toxoplasmose Congênita de Minas Gerais.

Coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e viabilizado tecnicamente pelo Nupad, o Programa foi apresentado via webconferência, por profissionais da SMSA e do Núcleo, para toda a rede municipal de saúde. A previsão é que em 2015, com a conclusão das capacitações (virtual e presencial) e habilitação do município, todas as 147 unidades de saúde de BH iniciem as coletas nas gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Trata-se da fase inicial para implementação do Programa em BH, para que todos o conheçam amplamente”, explicou a coordenadora da Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da SMSA, Márcia Parizzi.

Procedimentos

Durante a webconferência, o coordenador de Atenção à Saúde da Mulher da SMSA, Virgílio Queiroz, apresentou o atual fluxo de rastreamento sorológico materno para a toxoplasmose em Belo Horizonte e informou sobre a entrada do município no Programa de Minas Gerais. Com a adesão, além das três coletas de sangue por punção venosa feitas nas gestantes susceptíveis, haverá mais três por punção digital, alternando as metodologias.

As normas técnicas para coleta, armazenamento e envio de amostras de sangue foram apresentadas pelo coordenador do Setor de Controle de Tratamento do Nupad (SCT), Marcos Lopes. “Os materiais para coleta e DVDs já foram enviados para os nove distritos sanitários de BH que deverão encaminhar para as unidades de saúde”, informou.

A médica e consultora técnica do Núcleo para o Programa de Controle da Toxoplasmose Congênita, Gláucia Andrade, citou a importância de se fazer no estado a triagem sorológica para a toxoplasmose durante o pré-natal. “É uma infecção prevalente que merece o esforço para ser controlada. Os subtipos do toxoplasma gondii (parasito causador da toxoplasmose) que circulam no Brasil e em Minas Gerais são mais patogênicos do que os que circulam em países europeus e norte-americanos. Essa é uma das explicações para o grande comprometimento ocular observado nas crianças infectadas no estado”, explicou.

Segundo Gláucia, as ações dos Programas de Controle da Toxoplasmose Congênita têm se mostrado eficazes em reduzir a transmissão da infecção da mãe para o filho e diminuir os danos na criança infectada: “Essas ações são as medidas educativas oferecidas para todas as gestantes, o monitoramento das gestantes suscetíveis e o tratamento precoce da gestante e da criança afetada”.

Etapa presencial

Após as aulas virtuais (a segunda webconferência será no próximo dia 26), a capacitação será presencial, com o treinamento dos enfermeiros ocorrendo entre dezembro deste ano e fevereiro de 2015 e coordenado pela equipe do Nupad. São previstas três aulas, com a participação de aproximadamente 20 a 30 profissionais em cada uma delas.

As médicas Gláucia Andrade (Nupad) e Márcia Parizzi (SMSA) durante webconferência. Acervo Nupad.
As médicas Gláucia Andrade (Nupad) e Márcia Parizzi (SMSA) durante webconferência. Acervo Nupad.

Como explica Gláucia, essa etapa irá aprofundar os conteúdos: “A webconferência apresenta o programa, mas na capacitação presencial explicaremos detalhadamente o protocolo, sistema de coleta, encaminhamento de amostra e visualização do resultado, entre outros, para que todos tenham segurança em sua implementação”.

Ainda, em um último momento, os profissionais de saúde capacitados se tornarão replicadores do conhecimento nas unidades de saúde onde trabalham.

“O programa foi planejado para a gestante do universo SUS do estado, e BH, a maior cidade, ainda estava ausente. Então, a entrada do município representa a abrangência completa e a possibilidade de alcançarmos de fato o objetivo do Programa, que é reduzir o número de casos e os danos causados às crianças comprometidas pela toxoplasmose congênita”, destaca Gláucia.