Crianças acompanhadas pelo Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais (PTN-MG) participaram de atividade interativa na brinquedoteca do Centro de Educação e Apoio Social do Nupad (Ceaps), no dia 3 de junho. A ação, desenvolvida por alunos de Fisioterapia do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH), teve como objetivo trabalhar a importância e o conhecimento dos órgãos dos sentidos, por meio de explicações descontraídas e jogos interativos.
Com idade entre 4 e 13 anos, as crianças foram divididas em duplas e levadas a exercitar cada um dos cinco sentidos a partir da orientação dos estudantes. Para trabalhar a audição, as crianças tiveram que reconhecer os sons que saiam do celular, como latidos e sirene de ambulância. Para a visão, deveriam enxergar a chama de uma vela refletida em um tubo de papelão. De olhos fechados, as crianças testaram o olfato com alho, café e sabonete; e o paladar com sal, limão e jiló. “Foi a parte mais legal”, revelou Eylane Costa, de 9 anos, em acompanhamento para a fenilcetonúria. “Mas o jiló engoli inteiro, porque não gosto”, contou.
Finalmente, para exercitar o tato, as crianças foram convidadas a descobrir o que havia escondido dentro de algumas caixas. “O tato nos deixa saber o que é, mesmo sem enxergar”, ressaltou uma das estudantes de Fisioterapia durante a atividade.
Ao final dos jogos, as crianças puderam reafirmar o que aprenderam ao repetir os nomes dos órgãos e sentidos e também fazer algumas brincadeiras de colorir. “Na escola eu já tinha aprendido sobre isso. Gostei de tudo, mais a parte da comida”, disse Laís Martins, de 6 anos, também em acompanhamento para fenilcetonúria.
Para o grupo de alunos do Uni-BH, cujo trabalho acadêmico será apresentado a professores e demais alunos no final do semestre, o resultado foi melhor que o esperado. “Eles ficaram um pouco tímidos no início, o que é normal de toda criança, mas depois interagiram bastante. São todos muito espertos”, explicou Erik Borges. Mesma opinião da colega Jéssica Maciel: “Achamos que eles não iam saber identificar direito e que teríamos um pouco mais de dificuldade para passar a informação, e não tivemos. Nos divertimos muito”.
Letramento e trabalho integrado
Como explicou a pedagoga do Ceaps, Raíssa Azevedo, além da orientação de profissionais de fisioterapia do Uni-BH, a atividade foi feita também em parceria com os estagiários de Nutrição do Centro de Educação. “Eles adaptaram o cardápio para a atividade, levando em conta que a maioria das crianças que participaram tem fenilcetonúria e seguem determinadas restrições alimentares”, contou. Além dessas, uma criança com doença falciforme também esteve presente.
Foi a primeira vez que a Brinquedoteca foi usada para uma atividade trazida por universitários de fora do Nupad. “É de extrema importância, enriquece o espaço e os pais das crianças foram bem participativos”, declarou a pedagoga.
Ainda, segundo Raíssa, a atividade incentivou o “letramento biológico”, linha teórica seguida pela Brinquedoteca e fortalecida diariamente pelos estagiários de Nutrição e Enfermagem: “Trata-se do conhecimento biológico implicado no dia a dia. Então essas atividades possibilitam refletir a prática social desse conhecimento”.