“Tendo em vista que a doença falciforme é prevalente na população negra (95%), essa data de hoje, 25 de julho, é mais importante para a gente do que o 8 de março”, disse a presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme e Talassemia do Estado de Minas Gerais (Dreminas), Maria Zenó Soares, sobre a celebração do Dia Nacional da Mulher Negra. Para marcar a data, a Associação, em parceria com o Cehmob-MG, realizou um Encontro Especial com a presença de mulheres que têm doença falciforme, dentre outros convidados, para que elas pudessem contar um pouco de suas histórias de vida.
A partir dos relatos, experiências de dor, preconceito e indiferença, marcadas por aprendizado e conquistas. “Dos 10 aos 18 anos foi a fase mais difícil. Fiquei internada e em coma por três meses, enfrentei crises convulsivas, artrite, quatro necroses, cadeira de rodas”, contou Nívea Ferreira, de 25 anos, diagnosticada com anemia falciforme aos 2. Durante a fase escolar, e após ficar um ano longe das aulas devido às complicações da doença, Nívea contou com a ajuda dos professores por um período de quatro anos para ir e voltar à escola. “Já trabalho há nove anos e hoje pesquiso e procuro saber tudo sobre a doença. Tenha a doença falciforme, mas não deixo de viver por isso”, afirmou.
Cristina Santos, mãe de I.S., 12 anos, compartilhou os momentos de superação enfrentados ao lado da filha, diagnosticada com doença falciforme aos 19 dias de vida. A jovem foi internada mais de 30 vezes durante a infância, retirou o baço devido às repetidas ocorrências de sequestro esplênico (aumento do baço), passou por diversas internações e um derrame pleural (acúmulo de líquido nos pulmões). “Tive depressão grave, abandonei o emprego para acompanhar minha filha”, disse Cristina. Segundo a mãe, em 2011, após a criança começar a medicar-se com hidroxiureia (medicamento para tratamento da doença falciforme), as internações não ocorreram mais: “Estamos na luta e eu só tenho que agradecer a Deus porque aprendo muito com minha filha. Um apoiando o outro, a gente consegue vencer”.
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Fonte: Cehmob-MG.