Pais e crianças fazem arte sobre a África

Na brinquedoteca, a estagiária de pedagogia do Ceaps, Elisabelle Neve, fala sobre o continente africano. Foto: Rafaella Arruda.
Na brinquedoteca, a estagiária de pedagogia do Ceaps, Elisabelle Neve, fala sobre o continente africano. Foto: Rafaella Arruda.

Africamamos. Esse foi o nome das atividades realizadas na manhã do dia 15 de julho, no Centro de Educação e Apoio Social do Nupad (Ceaps), para pais e crianças em acompanhamento pelo Programa de Triagem Neonatal de Minas Gerais (PTN-MG). Os dois grupos participaram de forma simultânea: enquanto os adultos criavam em biscuit uma galinha d’angola, originária da África, as crianças, na brinquedoteca, ouviam histórias do continente e faziam desenho e pintura sobre o que aprenderam.

“Sempre trabalhamos temas étnico-raciais como pano de fundo das ações do Ceaps, mas às vezes é importante focar”, explica a pedagoga do Centro, Raíssa Azevedo, responsável por coordenar a atividade. De acordo com a profissional, muitas crianças não aprendem sobre a África na escola e desconhecem que é um continente, pensando se tratar de um país: “Então buscamos mostrar a diversidade da África, as culturas, plantio, colheitas, não nos limitando a temas ligados a questão da raça ou preconceito”.

Bruna e a Galinha D’ Angola

Durante a atividade, os pais e crianças puderam conhecer o conto africano “Bruna e a Galinha D’angola”. A história fala de uma garotinha, Bruna, que conquista muitas amizades depois de ganhar de presente da avó africana uma galinha d’angola. O conto menciona ainda sobre a criação do mundo e a forma como alguns objetos, como um simples avental de pano, podem guardar importantes lembranças da vida cada um.

“Todos têm muito a contribuir com todos os demais que passam por aqui”, disse Raíssa após o momento literário para convidar os adultos à atividade com o biscuit.

Pais criam galinha d’angola de biscuit. Foto: Rafaella Arruda.
Pais criam galinha d’angola de biscuit. Foto: Rafaella Arruda.

Para as crianças, a dinâmica foi um pouco diferente. Além de pintar as galinhas usando tinta e papel, um painel com o mapa do continente africano e outras imagens das diferentes regiões serviu de base para que eles pudessem desenhar como imaginavam ser a África. Também, os pequenos foram chamados a pintar, em um pedaço de folha tipo EVA, algo que representasse uma boa lembrança de sua vida, em referência ao avental citado no conto.

A atividade do Africamamos continuará nas próximas semanas de julho e ainda por todo o mês de agosto. A intenção, segundo Raíssa, é que as galinhas criadas em biscuit fiquem expostas no Centro e que, a partir da passagem de outras crianças pelo Ceaps, seja criado um único avental com toda a arte em EVA feita durante os dois meses.

Racismo e educação permanente

A temática Africamamos vem ao encontro das demais ações atualmente desenvolvidas pelo Nupad, em suas diferentes frentes de trabalho, no que diz respeito ao combate ao racismo. O Ceaps busca, desta forma, dar visibilidade ao tema ao inseri-lo em suas ações de educação permanente, levando a abordagem não apenas a profissionais e estudantes, mas também à sociedade em geral.